O nome original de Kwan Shi Yin em Sânscrito é Avalokiteswara que significa aproximadamente “O observador das imagens e sons do mundo”. As traduções em chinês do seu nome são Guan Shi Yin “Aquela que escuta o choro dos seres” ou Guan Zhi Zai “Observadora da natureza última das coisas”. Dos dois, Guan Shi Yin é o mais popularmente conhecido e usado, talvez porque este mundo esteja cheio de sofrimentos e as pessoas precisam de um grande salvador para observá-los e socorrê-los.
Em japonês como Kannon, coreano como Gwan-eum, tibetano como e Chenrezig e vietnamita Quan Âm. Quanto à origem de Kwan Shi Yin, há muitas fontes de referência. A primeira delas está no Sutra Surangarma. Nele, Kwan Yin narra como aprendeu e treinou com seu Mestre Buddha Avalokiteswara em sua Terra Pura (o discípulo leva o nome do mestre em homenagem ao mestre). Ele foi então ensinado a observar as coisas externas e internamente como uma maneira de cultivar o estado de Buddha. A segunda é que em outros sutras, Kwan Yin é realmente o Tathagata do Brilho do Dharma Verdadeiro.
A terceira é à partir dos registros do Mestre Dao Xuan, um monge de grandes realizações da Dinastia Tang. Conta-se que devido a estas mesmas realizações os seres celestiais vinham fazer oferendas a ele. Uma vez ele perguntou sobre a origem de Kwan Yin à um deva, e este disse que há infinitos kalpas atrás, havia um rei chamado Zhuanyan que tinha três filhas, sendo que a caçula chamava-se Miao Shan, a qual saiu de casa e mais tarde tornou-se Kwan Yin. À partir disso é bem possível que a história de Miao Shan tenha se desenvolvido à partir deste incidente. Além disso em outro Sutra é registrado que houve um relacionamento espiritual profundo entre Buddha Amitabha e Kwan Yin. Amitabha era então um rei em um longínquo mundo e Avalokiteswara era um de seus filhos. Então um dia, em seu mundo, Kwan Yin fez um voto diante de Buddha Amitabha, de que qualquer ser que se encontrasse na miséria e chamasse por seu nome para salvá-lo, ele iria tentar aliviar seu sofrimento. Buddha Amitabha o elogiou e que daquele momento em diante ele seria conhecido como Avalokiteswara e que um dia ele iria suceder a seu pai Amitabha.
Kuan Yin é uma divindade chinesa. É um Bodhisattva (Pu Sa)? Bodhisattva é uma palavra Sânscrita que pode ser dividida em duas partes. “Bodhi” significa “sabedoria” e “Sattva” significa “Um ser”. Juntos o termo significa “Um Ser com Grande Sabedoria especificamente esta determinação em se alcançar a Iluminação para o bem de todos os seres sencientes dá surgimento a um Bodhisattva.
De fato, muitos Bodhisattvas renunciaram a seus atributos como um Buddha para poderem ajudar a outrem como Bodhisattvas, condição esta na qual as características de Sabedoria e Compaixão são mais evidentes. No caminho dos Bodhisattvas existem dez etapas e os de alto nível são conhecidos como Grandes Bodhisattvas.
No entanto é importante lembrar que Kwan Shi Yin é na verdade um Buddha, o qual alcançou a Iluminação há infinitos kalpas atrás, e que na intenção de ajudar a outrem ele decidiu se manifestar como um Bodhisattva. E segundo consta, Kuan Yin viveu como nós, e mesmo após alcançar a ascenção; diante das dores e lamentos do mundo, ela optou ficar próxima à Terra e amparar e proteger os que precisam.
Reverenciada no oriente, cada vez mais ela vem sendo conhecida e adorada também no ocidente. Principalmente depois da década de 80, quando por sua intervenção direta, o Magnified Healing foi trazido à Terra e revelado à Gisele King e Katryn Anderson. À partir daí o Magnified Healing (ou Cura Magnificada) tem se espalhado rapidamente pelo mundo, assim como os devotos de Kuan Yin.
As diversas representações de Kwan Yin
Na China, Japão, Coréia e sudeste da Ásia, Kwan Yin é normalmente representada como uma gentil senhora de vestes brancas carregando um vaso com um ramo de salgueiro.
A imagem é extremamente popular deste a Dinastia Song. Na Índia, no entanto, as imagens do Bodhisattva mostram-no como um belo príncipe usando uma coroa na qual aparece a imagem de seu mestre, o Buddha Amitabha.
Também vale mencionar que nas escrituras Buddha Sakyamuni refere-se à Kwan Yin como “homem virtuoso”, o que significa que ele se manifestou na forma masculina durante a época do Buddha.
No Tibet, Kwan Yin é visto sob forma masculina e é retratado como um jovem com quatro braços, com um rosário de quartzo branco, uma jóia dos desejos e um lótus branco desabrochando.
Uma manifestação comum a todas as escolas Mahayana é o Avalokiteswara de mil braços e mil olhos, ela representa a mãe oniprosente que vê em todas as direções e estende seus braços para prestar auxílio simultâneo à todos que necessitam. Existem ainda outras representações onde ele aparece com 18, 42 mãos carregando vários outros implementos rituais.
Outra forma comum é mostrar Kwan Yin ao lado do Bodhisattva Tai Shi Shi (Vajrapani), à direita e a esquerda do Buddha Amitabha respectivamente. Esta tríade é geralmente chamada de “Os Três Santos do Oeste”. Existem muitos outros ícones de Kwan Yin, mas apenas os mais populares são descritos aqui.
Na tradição chinesa Kwan Yin é vista com dois assistentes ladeando-a. À sua direita está uma menina carregando uma pérola flamejante e à sua esquerda um menino com as palmas das mãos juntas.
O rapaz é conhecido como Shan Tsai (“Juventude Celestial do Tesouro de Mérito” – “Kumara Sudhana”). Este menino era muito sábio e dedicou sua vida à buscar o Buddha. Ele visitou 53 santos e finalmente encontrou o Bodhisattva Samantabhadra que o aconselhou a praticar o caminho de dez etapas, afim de renascer no mundo ocidental do Buddha Amitabha, Sukhavati e alcançar a iluminação lá.
A menina é chamada de Donzela-Dragão, por ser considerada a filha mais nova de um rei-dragão. Essa filha do rei-Dragão tornou-se posteriormente um Buddha, mesmo enfrentando a descrença dos discípulos do Buddha Sakyamuni que pensavam que só os homens podiam ser Buddhas. Então estes dois personagens são considerados atendentes de Kwan Yin.
*O rosário, às vezes presente em Suas mãos, simboliza os seres vivos que ela está conduzindo ao “renascimento”.
* Aparece também próxima a um dragão, o símbolo da sabedoria celestial.
* E ainda é comumente representada sobre uma enorme flor de lótus. E a flor de lótus é o símbolo da transformação, da pureza nascida da lama.
Altar
A primeira prática é montar um altar para Kuan Yin. Coloque Kuan Yin no centro, e faça a disposição das oferendas de forma circular à Sua frente.
São elas:
– Velas – amarela, rosa e azul, pois representam a chama trina do amor divino, sabedoria divina e poder divino. As velas são direcionadas à luz no caminho, na vida.
– Incenso – representa os preceitos e regras que precisam ser conscientizados e seguidos na vida.
– Flores – representam a caridade – para com o próximo e as recebidas do Universo.
– Duas águas – uma pura e outra perfumada (pode-se usar essências ou ervas perfumadas trabalhando a intenção). Após a consagração da águas; a perfumada pode ser usada para aspergir sobre o altar, no ambiente. A água pura para tomar, ou tocar os chacras, visando harmonização.
– Concha – representa os conhecimentos: os adquiridos e os que estão porvir, e a transmissão dos mesmos.
– Fruta – essa oferta é para que se alcance a paz, a luz interior, ou seja, para receber os benefícios da meditação Samadi.
Buddhas e Bodhisattvas não possuem qualquer aspecto ou forma únicos. No entanto, nós, como seres sencientes que vivem em um mundo material, temos a necessidade de criar uma maneira de lembrar as qualidades dos Buddhas e Bodhisattvas. Uma dessas maneiras é através da criação de imagens em papel, pano, metal, pedra, etc.
Contrariamente à opinião popular, as imagens tem existido desde a época do Buddha Sakyamuni. Elas surgiram a partir de um incidente em que logo após em que Buddha foi pregar o Dharma para sua mãe nos céus, o rei e muitos outros sentindo a sua ausência, fizeram uma imagem dele em sândalo.
Assim a presença de uma imagem serviu como representativo da presença de Buddha. Por outro lado, a imagem é uma representação das ideias abstratas como Compaixão e Sabedoria). Os diversos sinais manuais (mudras) e implementos rituais na iconografia tem significados mais profundos, e alguns deles estão também associados à Kwan Yin tais como listados abaixo:
Objeto e Simbolismo
Lotus (padma):
Pureza, Transformação das impurezas internas para as qualidades do Buda.
Jóia ou gema (mani):
Capacidade de conceder os desejos (os bons claro!) aos seres sencientes.
Rosário de cristal com esferas de quartzo:
Lembrete para os seres sencientes para recitar seu mantra Om Mani Padme Hum com concentração e determinação. O Quartzo branco Iluminado também é uma pedra sagrada.
Arco e flecha:
A derrota das quatro forças negativas
Vaso de néctar:
Também representa o alívio dos sofrimentos e este néctar é o alimento dos fantasmas famintos. Sabedoria satisfazendo a sede da ignorância.
Pele de antílope:
A única maneira de superar o ódio é através da compaixão universal
Salgueiro:
A cura da doença do corpo e da mente.
A palma da mão voltada para fora com os dedos apontando para o chão:
O gesto de caridade para com todos.
Palma da mão voltada para fora e apontando para cima:
A outorga de coragem a todos.
Manto branco ou da cor branca:
O branco representa a pureza absoluta do corpo, fala e mente de Buddha.
Fonte : autor desconhecido